quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Arte no MariAntonia

Por Rafael Lellis



O Centro Universitário MariAntonia recebe, desde 17 de Novembro, uma exposição coletiva (com obras de Carmela Gross, Jac Leirner, Jorge Macchi e Leda Catunda) e mais 4 individuais (Cassio Michalany, Marcone Moreira, Lucia Mindin Loeb e Camila Sposati).


As obras estão distribuídas por dois andares do antigo prédio da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras  da USP e que hoje, além de exposições de arte, oficinas e cursos, abriga também o Teatro da USP.


Logo no primeiro andar, ao chegar ao fim das escadas, me deparei com a obra Banzeiro de Marcone Moreira. A instalação, que reúne diversos cortes de madeira curvados para cima, gera grande estranhamento. Por alguns minutos fiquei ali parado, observando aquela obra e tentando tirar alguma conclusão. Me veio à cabeça a semelhança com as formas que constituem o esqueleto dos barcos, mas espalhadas, sem nenhuma relação organizacional. Achei uma ótima escolha pra uma primeira vista da exposição, já que fiquei um bom tempo, mesmo depois de seguir para as outras obras, pensando no que aquelas peças de madeira poderiam significar. Assim que cheguei em casa fui atrás do significado da palavra "banzeiro", descobrindo que um de seus significados é de "mar pouco agitado". Talvez a relação que fiz com os barcos faça algum sentido. No entanto, acredito que um sentido único e preciso foi a última coisa que Marcone Moreira desejou para sua obra.


                             Banzeiro, Marcone Moreira, Instalação, 2010


Das outras obras da exposição individual, me chamaram a atenção as de Camila Sposati. No centro do pequeno espaço reservado à artista, encontram-se duas espécies de canteiros, em forma de círculo, apenas com terra dentro. Um interessante vídeo, mostrando um plano aberto de dois montes com uma densa fumaça amarela, também se destaca.
Apesar da qualidade das exposições individuais, foi a coletiva que mais me agradou. Uma grande variedade de obras dos quatro artistas, todas muito interessantes, espalhavam-se por um grande salão.
Algumas me chamaram mais atenção do que outras. Adesivo 23, de Jac Leirner, era uma peça de acrílico com diversos adesivos que faziam alusão à Maconha e sua legalização. Skate II, de Leda Catunda, mostrava diversas estampas redondas de marcas de roupas de skate, ou que faziam alusão ao esporte radical.


                                             Skate II, Leda Catunda


Dentre todas as obras expostas, a que mais me agradou foi As Folhas Mortas, de Jorge Macchi. Nela estão duas edições do jornal "Folha de São Paulo", mas com todo seu conteúdo recortado. A obra gera uma reflexão sobre como as pessoas leem um jornal além de ser uma crítica em relação ao conteúdo abordado pelo noticiário diário em geral.


                                As Folhas Mortas, Jorge Macchi


O contato com as mais diversas formas de arte é sempre bom e revigorante, principalmente para os que, como eu, são membros da legião de caipiras perdidos na cidade grande (ou os caipiras da cidade grande) que não possuem grande contato com o meio artístico. Vale a pena estar sempre atento às exposições, espalhadas pela cidade durante todo ano.


Quando:
De 17 de Novembro de 2011 até 4 de Março de 2012
De terça a sexta, 10h as 21h
Sábados, domingos e feriados, 10h as 18h
Quanto:
Entrada gratuita
Onde:
Centro Universitário MariAntonia
Rua Maria Antonia, 294, Vila Buarque - São Paulo

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