quinta-feira, 1 de setembro de 2011

CEMITÉRIO DA CONSOLAÇÃO, A Arte Tumular

Por Paula Davanço Giannini
Eu, Paula, dando uma de rebelde na entrada do Cemitério
Túmulo de Olívia Guedes Penteado, Escultura de Victor Brecheret
Para quem não sabe, o Cemitério da Consolação, localizado na Rua da Consolação, 1660, é o cemitério mais antigo da cidade de São Paulo. Fundado em 1858 com o nome de Cemitério Municipal, e lá eram sepultados todos os tipos de pessoas, incluindo escravos. Com a prosperidade da cafeicultura na cidade, o cemitério passou a abrigar obras de arte de renomados artistas como Victor Brecheret, que foi o mesmo escultor que fez o famoso "Monumento às Bandeiras".

 
Não encontrei o autor nem nome dessa obra, mas eu achei
fantástica e que valia a pena postar
Sempre tive muito respeito por cemitérios. "Campo Santo", como minha família costuma chamar, é um lugar que tem uma energia muito diferente de qualquer outro lugar que eu conheça. O Cemitério da Consolação, pelo tamanho e pela imponência de seus túmulos, traz um misto de sufoco e fascinação. Me arrepia a ideia que têm corpos de pessoas em baixo daqueles túmulos ostensiosos e que cada pessoa ali teve sua história e também entes que sofreram por sua perda. Tudo naquele mesmo lugar que eu estava passando.


Túmulo de Campos Salles, por Rodolfo Bernardelli
Sensações a parte, o Cemitério da Consolação é um museu a céu aberto. Esculturas como "Interrogação" e o túmulo de Fernando Cochrane Simonsen, que são cinco anjos de bronze velando Cristo deitado, ambos de Francisco Leopoldo e Silva e o túmulo de Lidia Piza Rangel Moreiraodo, que é a figura de uma mulher no tamanho real toda em mármore, de Anônio Celso Silveira de Menezes fazem a visita valer a pena. O mausoléu da Família Matarazzo impressiona com a sua ocupação de 16 quadras. Não há posicionamento favorável na hora de fotografar e nenhum recuo é suficiente para enquadrar a sepultura inteira. Outra incrível obra de arte é o túmulo de Campo Salles, feito por Rodolfo Bernardelli, que fica bem ao lado do gigantesco mausoléu dos Matarazzo. Fora os escultores, personalidades como Monteiro Lobato, Tarsila do Amaral, Washington Luís e Armando Álvares Penteado estão sepultados lá.
Interrogação, de Francisco Leopoldo e Silva


Mausoléu da Família Matarazzo de cima a baixo



túmulo de Lidia Piza Rangel Moreira, em dois angulos diferentes,
de Anônio Celso Silveira de Menezes



























O cemitério fica aberto da 7h00 as 18h00, todos os dias, acesso livre e gratuito.

1 comentários:

sr magalh disse...

Olá,

Gostaria de fazer uma correção, o cemitério da Consolação não é o cemitério municipal mais antigo da cidade, o cemitério municipal de Santo Amaro foi aberto em 1856, dois anos antes. Mas o mais antigo mesmo é particular e foi aberto em 1831, é o cemitério de Colonia em Parelheiros. Estes são os que ainda funciona. O mais antigo, e não funciona mais, que se tem notícia é cemitério dos Aflitos. Ele ficava num quarteirão da Liberdade, onde hoje só restou a Capela do antigo cemitério.

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