domingo, 4 de setembro de 2011

RHIZOME ORIENTAL, Philippe Herbet

Por Ivan Rocha Limas Junior

Eu, em frente ao MuBE

Minha intenção inicial era a de fazer a postagem que vos segue sobre a exposição de Gui Mohallem intitulada "Ensaio para a Loucura", também no MuBE. A exposição estreou neste domingo (04/09/2011) e seu título me inspirou real interesse devido, principalmente, as inumeras possibilidades de exposição que me vieram à cabeça. No entanto quando cheguei a decepção bateu em meu coração: a exposição consistia em apenas um video de aproximadamente 5 minutos e mais umas 4 ou 5 fotografias. Saí daquela exposição sem saber como reagir à quebra total de minha expectativa. Quando já estava praticamente conformado com o pouco material que teria para fazer minha postagem me deparei com uma sala ao lado da qual me encontrava. Foi nessa sala que o acaso me sorriu. Entro na sala e a primeira frase que leio é:
 
"L'amour nous fait franchir les frontières e l'on se perd
un peu si'même por devenir une part de l'autre"

Devo ter ficado olhando para aquela frase por uns 5 minutos. Primeiro porque eu não sei falar frances, portanto o entendimento da frase se deu exclusivamente por meio de analogias com as linguas que conheço. Segundo pois aquela frase me deixou extasiado, seja por sua plasticidade oriunda da língua francesa ou seja pela beleza daquela mensagem. A frase foi uma espécie de prévia daquilo que representa a exposição RHIZOME ORIENTAL do fotógrafo Philippe Herbet, exposição que trata da busca da beleza em meio ao contexto duro em que se encontram muitos países da ex-união soviética. A primeira imagem que nos aparece é um mapa delimitando a área abrangida pela exposição. Dentre todas as lindas fotografias da exposição (Ao todo são 47 fotografias e um video) três em especial me chamaram a atenção:

Mulher Alemã. Berlim, Alemanha, 2005. 80x80 cm.

Esta fotografia é uma das primeiras da exposição e nos mostra uma mulher com o rosto desfocado atrás de uns galhos. É uma fotografia linda que dá uma sensação de impessoalidade muito grande. O desconforto está na tentativa contante de entender como é essa mulher e como é sua face por completo.

Buraco dentro do muro. Minsk, Belarus, 2003. 80x80 cm.

Esta fotografia vem pouco após a fotografia anterior. É uma fotografia que passa uma sensação agradavel ao ser vista. A sensação é de que qualquer barreira encontrada por voce pode ser superada.
 Anna. Odessa, Ucrania, 2006. 70x70 cm.
Esta foi provavelmente a fotografia que fiquei mais tempo admirando em toda a exposição. ao deparar-me com o rosto dessa moça fiquei hipnotizado. Há sem duvida um leve toque de inocencia em seu olhar, que consegue ser ao mesmo tempo terno e misterioso. A beleza de seu rosto me levou a observar dureante um bom tempo uma moça da qual nunca ouvi falar e de quem nada sei a não ser seu nome: Anna.

A exposição consegue trazer uma carga reflexiva consigo que é muito singular. A frase no inicio explica o que representa a exposição para o próprio autor: É um tratado sobre transpor fronteiras e agregar valores do outro à si mesmo a cada fronteira que for transpassada. Com certeza é uma exposição que vale a pena ser conferida.

Quando: 31 de Agosto a 24 de Setembro de 2011.
Onde: MuBE - Museu Brasileiro da Escultura. Av. Europa, 218.
Horário: de terça a domingo, das 10h as 19h.
Entrada Franca.
Links Relacionados: http://www.mube.art.br/?Expo

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