quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Paul Ramírez Jonas: the commons/domínio público

por Paula Weinberg

A obra de Paul Ramírez Jonas encontra-se na Pinacoteca do Estado, é uma estátua equestre feita de cortiça e se localiza no octógono central do museu, ela faz parte do Projeto octógono: arte contemporânea. A escultura de Ramírez Jonas propõe uma experiência de troca entre o artista e o espectador, pois é possível deixar uma mensagem na base da obra.
Paul Ramírez Jonas (Pomona, CA, EUA, 1965) EUA, 1965)
The commons/Domínio público, 2011
Cortiça, madeira, aço inoxidável e pushpins. 380 x 122 x 292 cm

Paul Ramírez Jonas, desde os anos 90, através de esculturas, objetos, instalações e intervenções públicas vem problematizando o conceito de território, tanto público quanto privado e as noções de identidade cultural e democracia. Com o uso da imagem do cavalo, Ramírez Jonas revisita monumentos como o do imperador romano Marco Aurélio e o Monumento a Ramos de Azevedo, mas ao mesmo tempo pelo uso da cortiça no lugar do bronze o artista acaba por “banalizar” a obra e retira dela qualquer sentido de homenagem, é como se fosse uma simples demarcação de espaço, como já diz o nome da estátua, the commons/domínio público.

foto da base da estátua
Expectativa... Essa seria a definição perfeita para esse projeto, as mensagens na base do “monumento ao espaço” funcionam como uma rede de busca a espera de um sentido. Monumentos balizam a passagem do tempo, ao mesmo tempo que são estáticos também movimentam nossas memórias, pois fazem parte da essência de uma cidade, seria impossível imaginar São Paulo sem monumentos.
Está dada a dica, dê o seu sentido, pode ser sem sentido, pode ser com sentimento, pode ser “Aureliano”, pode ser alheio, pode ser pessoal e pode simplesmente não ser.
Se a busca por um sentido parecer difícil, olhe em volta, a Pinacoteca é um lugar revigorante, pelo menos para mim, pode ser pela minha paixão platônica por esse prédio e seus labirintos ou pelas nostálgicas memórias do meu pai de como “era lindo o centro velho de São Paulo ha 50 anos atrás”, mas não importa quantas vezes eu visito esse lugar, sempre me parece que perdi alguma coisa, algo escapou do meu olhar, daí surge quase que instantaneamente a necessidade de voltar. Sinto dentro das suas paredes e salas algo que não consigo sentir em nenhum outro lugar, se tivesse que descrever em palavras definiria como: INSPIRAÇÃO.

foto do lustre da pinacoteca do estado. MARAVILHOSO!
Eu, na frente da pinacoteca do estado.

Depois de achar o sentido e se sentir inspirado, saia do museu pelo portão principal e contemple uma obra, acredite em mim, inusitada para o centro de São Paulo.



O Parque da Luz é um ótimo passeio para continuar a jornada de busca, o ponto de vista de quem está no parque é totalmente diferente daqueles que estão dentro do museu, sabendo ignorar o barulho da Avenida Tiradentes e o burburinho das pessoas na Estação da Luz, essa pode se tornar uma busca impressionante.






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