A exposição Oneness da artista plástica japonesa Mariko Mori é um conjunto de instalações, esculturas, vídeos, fotografias e desenhos, distribuídos em 4 andares do Centro Cultural Banco do Brasil. A artista faz uma junção de elementos da cultura pop, tradição japonesa, moda, design e alta tecnologia. Para isso explora muito bem as formas e cores.
A obra que mais se destaca é a Wave UFO, uma nave espacial prateada, que faz o saguão de entrada parecer até pequeno. Nela o visitante entra, deita-se em uma espreguiçadeira, coloca eletrodos na cabeça e vê imagens transmitidas de acordo com seus impulsos cerebrais. Ao subir seus degraus frágeis de vidro têm-se a sensação de estar indo descobrir o que tem em um sótão abandonado, com cautela e delicadeza, sem saber o que se pode encontrar por lá. Ela causa um estranhamento ao primeiro olhar, assim como a exposição no geral, principalmente para os descrentes em ufologia como eu, mas a encarei com outros olhos, valorizando mais a plasticidade das obras, com todo seu colorido e abstração.
Outra obra interativa é a Oneness, que dá nome à mostra, composta por seis grandes ETs de uma borracha gelatinosa dispostos em um círculo, onde o público sente seu coração batendo com as próprias mãos, e ele imediatamente acende partes do corpo e emite sons. É uma obra com a intenção de fazer o visitante experimentar sensações novas.
Também observa-se uma escultura que mais parece a reprodução em miniatura da Wave UFO , porém é levemente transparente, aparentemente de acrílico. Fiquei algum tempo em frente à ela, novamente com a sensação de entranhamento. Segui então para outra instalação com o nome de Transcircle, que pareciam totens reunidos em círculos, cada um com iluminação de uma cor, contrastando com a sala escura, como se estivessem em um ritual. Havia uma música leve, que tranqüilizava o espectador, demostrando toda a suavidade da obra. Em outros vídeos e fotografias ouve-se também de fundo músicas com o mesmo tom tranquilizante, o que faz sempre a obra parecer delicada.
Nos vídeos, desenhos e fotografias estão muito presentes alguns elementos, como bolhas, espirais e círculos, sempre aludindo aos planetas, meteoros, espaço e ao sistema solar. Mas de vez em quando fazendo parecer células agrupadas ou até mesmo uma inseminação artificial. Uso frequente também da mistura de cores sóbrias, como o cinza ou preto, com os tons neon, principalmente o amarelo e laranja.
É definitivamente uma exposição que instiga a percepção, imaginação e sensibilidade, podendo inevitavelmente parecer confusa e estranha, até porque Mariko introduz muito da cultura japonesa em suas obras, como a cerimônia do chá, que é encenada em um dos vídeos com sua trilha sonora budista. Explora também a tecnologia avançada do Japão com representações bem futuristas. Porém ao final da visita prefiro classificar a exposição como diferente à estranha, já que gostei muito da proposta estética e inusitada da artista.
Quando: 20 de agosto até 16 de outubro
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil
Horário: terça a domingo das 9h as 21h
Quanto: gratuito
links relacionados: http://www.bb.com.br/portalbb/page511,128,10173,1,0,1,1.bb?codigoEvento=3893
http://www.youtube.com/watch?v=OibTTT_0qkU
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